Operação Urbana Consorciada, Insegurança Jurídica e Segregação Sócio Espacial:

o Caso de Niterói/RJ

Autores

  • Jorge Martins Universidade Federale do Río de Janeiro, Río de Janeiro, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.24275/FJUX7774

Palavras-chave:

direito urbanístico, economia urbana, Operação Urbana Consorciada, segurança jurídica, segregação sócio espacial

Resumo

Operação Urbana Consorciada é instituto do direito urbanístico brasileiro positivado em 2001 na Lei Federal 10.257, sob influência de duas matrizes teóricas: francesa e anglo-americana. Na cidade do Rio de Janeiro a primeira vez em que se aplica o instituto é em 2009, na área portuária, no projeto “Porto Maravilha”, com mais de 800 hectares. Em 2013 os mesmos empreendedores replicaram o projeto na área central do município vizinho, Niterói, com a finalidade de gerar ao governo, cuja campanha eleitoral de 2012 foi por eles financiada, receita em torno de R$1 bilhão com a venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepac) de 1.200.000 m2. Pretende-se demonstrar como esse caso distancia-se do referencial teórico do instituto, por subverter sua finalidade.

Biografia do Autor

Jorge Martins, Universidade Federale do Río de Janeiro, Río de Janeiro, Brasil

Linhas de pesquisa: Políticas Integradas de Transporte e Uso do Solo, Planejamento Urbano e Impactos Ambientais, Decreto de Desenvolvimento Urbano.

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Publicado

2017-12-12

Como Citar

Martins, J. (2017). Operação Urbana Consorciada, Insegurança Jurídica e Segregação Sócio Espacial:: o Caso de Niterói/RJ. ANUARIO DE ESPACIOS URBANOS, HISTORIA, CULTURA Y DISEÑO, (24), 75–99. https://doi.org/10.24275/FJUX7774

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