A Política fundiária do megaprojeto urbano de Angelópolis e seus efeitos na periferia oeste de Puebla

Resumo

No início de 1992, o Poder Executivo Federal expropriou por motivos de utilidade pública uma área de 1.081,51 hectares de terras de ejido destinada à constituição de uma reserva territorial para o ordenamento da área metropolitana da cidade de Puebla. Nas premissas, a inclusão dos municípios e moradores atingidos no projeto de ordenamento territorial, a atenção ao problema da falta de habitação social e a necessidade de preservação ambiental foram oferecidas, como um todo, pontos de atenção do projeto de contenção urbana. Imediatamente após as desapropriações, o governo estadual assumiu uma política de controle intraterritorial sob o argumento do planejamento regional. Assim, em 6 de maio de 1993, o então governador de Puebla, Manuel Bartlett Díaz, apresentou o Megaprojeto Angelópolis. Esta ferramenta de planejamento seria um ponto de inflexão no desenvolvimento urbano da cidade de Puebla, que se materializaria com a criação da Reserva Territorial Atlixcáyotl-Quetzalcóatl e o corredor urbano do distrito de serviços conhecido como Angelópolis. Neste contexto, veremos como através do que foi o megaprojeto urbano, em Puebla se enfatizaria a diferenciação entre os marginalizados urbanos e os privilegiados do investimento público e privado seletivo. Isso, a partir de uma política de planejamento regional em que se revelou a corrupção no uso e destino da terra decorrente da relação entre governantes e incorporadoras imobiliárias.