n. 01 (1994): Anuario de Espacios Urbanos, Historia, Cultura y Diseño

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Se pudéssemos expressar a maior preocupação dos autores do Anuário. Diríamos com Gide: “Tudo está dito, mas como ninguém presta atenção, temos sempre que começar de novo”. Esta publicação sobre o urbano é fruto da intencionalidade de diferentes pesquisadores que compõem a área de Urbanismo do Departamento de Avaliação de Design ao longo do Tempo. Diferentes perspectivas como a histórica, a urbanística, a económica, a antropológica, a sociológica e a própria arquitectónica que respondem ao facto de a cidade se tornar uma entidade que não se esgota numa única leitura, pois sempre existirá, uma enorme desproporção entre um espaço finito e a imaginação infinita do pesquisador que lhe permite interpretá-lo sob vários ângulos. Aqueles de nós que concebemos o Anuário concebemos a cidade como uma entidade complexa que dificilmente pode ser abrangida por uma única disciplina. Baste menciona que a Enciclopédia Enacarta 94 traz 605 referências ao conceito de urbanismo: desde governo municipal, educação e planejamento urbano, até indústria, movimentos sociais, polícia e comércio, história, música, poluição, transporte público e agricultura. O estudo das áreas urbanas requer a colaboração e participação de vários especialistas que, em diferentes níveis e níveis, possam lançar luz sobre os aspectos económicos, políticos e sociais concebidos como cidade. Poderíamos dizer que o espírito que anima o Anuário é semelhante ao do movimento dadaísta, que nasceu no início do século para exaltar, quase recalcitrantemente, o individualismo, o protesto pequeno-burguês contra o facismo, sinónimo de intolerância e de moral ultrapassada. Sentimo-nos, então, comprometidos com os princípios da tolerância aos atos livres e da aceitação da expressividade pessoal, da rebeldia no comportamento e, por que não?, do viés subversivo do dadaísmo. O design do Anuário vem do desenho dadaísta de Francis Picabia de 1919, intitulado O mundo. A logomarca foi selecionada, adaptada e redesenhada por Stella Fabbri, que desde as primeiras indecisões sabia muito bem o que queríamos.
Publicado: 2022-07-05

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