Uma Genealogia de metodologias qualitativas para o estudo da percepção do espaço urbano: planos mentais, observação participante, análise experimental, croquis e vitrines

Autores

  • Jorge Morales Moreno Departamento de Evaluación del Diseño en el Tiempo, División de Ciencias y Artes para el Diseño, Universidad Autónoma Metropolitana, Unidad Azcapotzalco, Ciudad de México, México

DOI:

https://doi.org/10.24275/XCGN2499

Palavras-chave:

genealogia, metodologias, percepção do espaço urbano

Resumo

O boom das metodologias qualitativas para a análise do social é mais antigo do que parece. Embora conceitualmente seja possível localizá-lo logo na irrupção do pós-estruturalismo francês (1960), a verdade é que desde tempos imemoriais existe uma grande tradição de filósofos e pesquisadores que se interessaram pelo que alguns historiadores alemães chamaram de Geisteswissenschaften (ou "ciências do espírito"), e na qual o antigo Aristóteles é reconhecido como patriarca fundador. No entanto, ao destronar (ou "descentrar") alguns temas clássicos das ciências sociais e relocalizá-los ou defini-los por seus elementos mais periféricos ou invisíveis, mais acidentais ou heterodoxos, os pós-estruturalistas franceses abriram caminho para novas formas de abordagem e estudo do social. Entre elas, a construção do discurso do olhar cujas metodologias testemunhais e documentais deram “voz” ou sentido aos olhares dos outros, dos não especialistas, dos sujeitos anônimos que, embora, sejam usuários, espectadores ou consumidores. um determinado ambiente. Todos os itens acima parecem comuns hoje. Mas no que diz respeito ao estudo das “questões urbanas”, a irrupção destas metodologias de investigação foi também favorecida e contextualizada por outras tradições. As análises etnográficas da antropologia social (estilo Oscar Lewis) e os estudos específicos de alguns psicólogos experimentais são bons exemplos dessa convergência. E, claro, estudos empíricos da imagem urbana através do uso de planos mentais. A participação desses antecedentes nas análises do ambiente construído (o espaço arquitetônico) foram definitivas, por exemplo, para o desenvolvimento de novas teorias desconstrutivistas do lugar, nas quais o lugar gira em torno de seus "sujeitos-usuários" que, em Logo , "recuperaram" a voz, o olhar, a memória e até a vida. Tudo isso agora é objeto de estudo: se é por voz: então se chama “entrevistas em profundidade”, “testemunhos específicos”, “tradição oral” ou “memória oral”; se for pelo olhar, então se chama "foto-palavras", "foto-entrevistas", "documentário", "testemunhos visuais", "semiótica da imagem social", "análise do lugar", etc.; se for pela memória, então é denominada "memória coletiva", "imaginário social", "identidade", etc.; e se for para a vida, então "histórias de vida", "histórias de vida", "autobiografia social", "vida cotidiana", etc. Neste artigo, três abordagens metodológicas para a análise do espaço social (cidade, bairro, bairro, rua, casa) que enfatizam os testemunhos diretos de "outros", em seus olhares e comportamentos, serão revisadas brevemente e a partir de textos representativos. indagar sobre como os espaços são percebidos socialmente, como são valorizados e/ou ressignificados e como avaliar os impactos que causam nas rotinas, no cotidiano e nas atividades de seus habitantes (usuários diretos). Vale ressaltar que as três abordagens abrangem campos de análise que vão desde o planejamento urbano (olhar físico), à psicologia do lugar (comportamentos individuais, grupais ou coletivos) e à hermenêutica do espaço (etnografia da percepção do território). . A intenção é fornecer uma genealogia de metodologias qualitativas onde o centro de estudo não é tanto o lugar ou espaço, mas os impactos e avaliações que estes têm ou produzem em seus usuários. Revisamos a partir da “tradição” documental iniciada nos trabalhos empíricos do urbanista norte-americano Kevin Lynch, continuada ou enriquecida por alguns psicólogos sociais cuja preocupação principal não era tanto a análise da percepção do ambiente urbano quanto os impactos físicos e emocionais tem sobre seus habitantes ou usuários, até desembocar em uma provável ramificação pós-moderna que descentra a análise da percepção em aspectos da linguagem e do olhar coletivo.

Biografia do Autor

Jorge Morales Moreno, Departamento de Evaluación del Diseño en el Tiempo, División de Ciencias y Artes para el Diseño, Universidad Autónoma Metropolitana, Unidad Azcapotzalco, Ciudad de México, México

Professor Jorge Morales Moreno nascido em 1956, Cidade de Puebla é licenciado em Sociologia (1979, UAM Unidade Azcapotzalco), Mestre em Arquitetura - Urbanismo (1999, FA - UNAM), Técnico - Urbanista (1985, IEAL, Espanha), com estudos Doutor em Historiografia (2007 - 2009, CSH/UAM Unidad Azcapotzalco). Lecionou nas Divisões de Ciências Sociais e Humanas da UAM Unidad Azcapotzalco (1981 - 1987) e da UAM Unidad Iztapalapa (1981 - 1984), bem como nas Divisões de Ciências e Artes para Design da UAM Unidad Azcapotzalco (1987 - 2020) e a Unidade UAM Xochimilco (1993 - 1996). Professora disciplinar do Seminário de História da Arte Moderna da Escola Nacional de Pintura, Escultura e Gravura La Esmeralda (1986 - 1991; 2007 - 2020). Foi assessor-curador do Centro Multimídia CENART (1995 – 1997). Professor Visitante da Faculdade de Estudos Ambientais da Universidade de York (Toronto, Canadá, 2001); Professor visitante no Departamento de História da Arte e Arquitetura da Universidade de Pittsburgh (Pittsburgh, EUA, 2010 – 2011). Tutor do programa de bolsas FONCA/Conaculta Young Creators na área de multimídia (2012 -2013). Publica e pesquisa temas relacionados à construção da arte moderna e identidades culturais.
De los métodos

Publicado

2003-12-12

Como Citar

Morales Moreno, J. (2003). Uma Genealogia de metodologias qualitativas para o estudo da percepção do espaço urbano: planos mentais, observação participante, análise experimental, croquis e vitrines. ANUARIO DE ESPACIOS URBANOS, HISTORIA, CULTURA Y DISEÑO, (10), 15–28. https://doi.org/10.24275/XCGN2499

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